Seis, seis e pouco da tarde, ele subia para o bar do Zino que fica na praça da Matriz, bar antigo, com pouco movimento porque Santa Rosa de Viterbo cresceu para o alto, pros lados da avenida onde vai a molecada e os bares têm mais freguesia.
Um pouco antes de o sino bater as seis horas da tarde, Francisco Luís Ferreira, Chico Luís, Chico Louco, subia a ladeira de sua casa até o bar, isto é, se não encontrasse ninguém pelo caminho ou um outro bar que permitisse que ele entrasse e bebesse um pouco. No bar do Zino, um senhor de cerca de seus 70 anos, pouco mais, pouco menos, que veio da Fazenda Amália dos Matarazzo e comprou o bar do Brunão, tinha pouca gente no sábado à tarde, aliás, sempre tinha pouca gente. Vinha ali o Dalson Garcia que tomava uma cerveja, só uma, aos sábados, uma senhora de idade que fumava sem parar e comprava cigarros, tomava café e ia embora; toda tarde, sem falhar uma. Um outro senhor que teve um derrame e tem um braço meio morto e tomava um copo de pinga todo dia assim que o sino bate as seis horas; crianças que compravam chiclete, um ou outro para usar o banheiro, um dos poucos da praça, a não ser o do bar do Zé Roquinho que fica lá do outro lado da praça.


*Victor Cervi
Vire a página